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Vírus do resfriado comum pode imunizar parcialmente contra o COVID-19?



A pandemia do novo coronavírus tem aberto um novo horizonte para várias áreas da ciência. Este é um novo tempo para a pesquisa científica e pessoas do mundo inteiro estão trabalhando intensamente para descobrir o que puder sobre esse novo vírus que mudou a maneira que vivemos, infectou, até agora, mais de 20 milhões de pessoas. Toda nova descoberta sobre o assunto é válida, já que cada informação sobre o coronavírus pode ajudar na corrida para a criação de vacinas e antivirais potentes contra o SARS-CoV-2.

São inúmeros trabalhos publicados diariamente sobre o assunto e, alguns deles são focados na resposta imunológica do organismo frente a infecção. Um trabalho publicado no começo do mês pela famosa revista científica Science, por exemplo, liderado pelo biólogo José Mateus, do Instituto de Imunologia de La Jolla, na Califórnia, avaliou a possibilidade de pessoas que já tiveram contato com outros vírus da mesma família do coronavírus que causam resfriado comum serem imunizados contra a COVID-19.


O QUE O RESFRIADO COMUM TEM A VER COM O NOVO CORONAVÍRUS?

Pois é, primeiro é importante termos em mente que existem vários vírus que fazem parte da família do coronavírus que podem causar doenças em humanos (e em animais também). A primeira epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave causada por um tipo de coronavírus, o SARS-CoV, ocorreu entre 2002 e 2003, também na China. Já uma outra epidemia importante com um vírus parecido, foi o MERS-CoV, Síndrome Respiratória do Oriente Médio, em 2012 na Arábia Saudita. Esses dois episódios foram muito parecidos, mas em menor escala, com o que vivemos hoje com a COVID-19.

Entretanto, existem outros vírus que também pertencem à família do coronavírus que podem infectar seres humanos e causar um simples resfriado. São eles: HCoV-OC43, HCoV-229E, HCoV-NL63 e o HCoV-HKU1. Os nomes são realmente complicados, mas os sintomas não são tão ruins quanto os das síndromes respiratórias agudas. Os cientistas pensaram que, se as pessoas que já foram infectados com qualquer um desses vírus que causam resfriados comuns – e que são da mesma família do novo coronavírus – poderiam ter alguma imunidade contra o SARS-CoV-2.


QUER DIZER QUE QUEM JÁ TEVE ESSES RESFRIADOS ESTÁ IMUNE CONTRA A COVID-19?

Não necessariamente! A primeira ideia veio de um estudo anterior, feito na Alemanha, que defendeu que pessoas que nunca entraram em contato com o SARS-CoV-2 poderiam possuir imunidade contra o vírus, caso já tenham sido infectadas por outros tipos de coronavírus que causam resfriado comum. Neste estudo, esses pesquisadores descobriram que, em algumas das pessoas estudadas que não tinham entrado em contato com o novo coronavírus, determinadas células de defesa reagiam a proteínas que da superfície do vírus. Ou seja, apresentavam uma imunidade pré-existente.

Depois, no estudo da Science mencionado anteriormente, os pesquisadores usaram amostras de sangue coletadas antes de 2019, quando o SARS-CoV-2 ainda não estava circulando, e as infectaram “in vitro” com esse vírus. As mesmas células de defesa que o estudo alemão apontou, os linfócitos T, também atacaram as células infectada.

Os autores do trabalho também afirmam que essa "memória" imune gerada por essas células pode ajudar a explicar por que o impacto da COVID-19 varia mesmo entre pacientes com mesma faixa etária e perfil. Portanto, a variedade de memórias de células T aos coronavírus que causam o resfriado comum pode estar por trás de pelo menos parte da heterogeneidade observada na COVID-19.


MAS ISSO JÁ FOI TESTADO EM PESSOAS?

Esse estudo promissor ainda não foi testado “in vivo”, ou seja, em pessoas. Apesar de fazer muito sentido, esse estudo ainda precisa ser testado com muito mais voluntários e, segundo os pesquisadores, o ideal seria estudar as pessoas antes e depois de terem sido infectadas. E isso não é uma tarefa fácil. Mas, o importante é que esse mecanismo de memória imunológica pode explicar a diferença tão grande de sintomas entre os infectados. De qualquer maneira, é importante nos prevenirmos, mantendo os hábitos de higienização e ficando em casa sempre que possível!

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Ainda tem dúvidas sobre resfriado e COVID-19? Conte com a gente para respondê-las, entre em contato!

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Fonte:

Mateus, Jose et al., Science (NY), “Selective and cross-reactive SARS-CoV-2 T cell epitopes in unexposed humans.” Disponível em:

doi:10.1126/science.abd3871

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