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Existe diferença ao vacinar crianças com Anemia Falciforme?



“Isso não é um tipo de anemia? O que tem a ver com vacinação?”, você deve estar se perguntando... Sim, a Doença Falciforme (DF), segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma desordem genética que afeta cerca de 7% da população mundial, quase 270 milhões de pessoas, determinando a presença de hemoglobinas anormais. A hemoglobina é a proteína que fica nas nossas hemácias, as células vermelhas do sangue, e entre muitas de suas funções, é responsável por carrear o oxigênio na circulação sanguínea até as nossas células.

No entanto, essa “simples” alteração na hemoglobina pode trazer muitos outros prejuízos para o organismo e, então, é preciso tomar alguns cuidados, principalmente quando a doença é diagnosticada na infância. Existem alguns tipos diferentes de doença falciforme. O tipo mais comum é chamado de “anemia falciforme”. Abordaremos uma série de diretrizes recomendadas pelo Ministério da Saúde, inclusive no manejo da vacinação. Portanto, se existe alguém na sua família que apresente a doença falciforme, é preciso ficar atento a alguns sintomas e aos futuros descendentes também!

PRIMEIRO DE TUDO: O QUE É ANEMIA FALCIFORME?

Como mencionamos anteriormente, a DF é uma das enfermidades genéticas e hereditárias mais comuns no mundo. É causada por uma mutação no gene que produz a hemoglobina A, originando outra variante, a hemoglobina S, uma herança chamada recessiva. Existem outras hemoglobinas variantes, como as hemoglobinas C, D, E etc. Entretanto, de acordo com o Ministério da Saúde, estas, em par com a S, constituem um grupo de anomalias denominado de DF: anemia falciforme (HbSS), S/Beta talassemia (S/b Tal.), as doenças SC, SD, SE e outras mais raras.

Apesar de existirem diversos tipos de DF, as manifestações clínicas são semelhantes, assim como seus tratamentos. A forma mais comum de DF é a anemia falciforme, que é determinada pela presença do gene para hemoglobina S em “homozigose” (HbSS), ou seja, a criança recebe de cada um dos pais um gene para a hemoglobina S. Algumas pessoas podem receber apenas uma cópia do gene da hemoglobina S, são chamados de “heterozigotos”, configuram o padrão genético “AS”, não produz manifestações da doença e a pessoa é identificada como portadora de traço falciforme.


EXISTEM SINTOMAS CARACTERÍSTICOS DA DOENÇA FALCIFORME?

Existem sintomas, mas nem sempre são tão evidentes. Geralmente eles começam depois que o bebê tem alguns meses de idade, apresentando “episódios de dor”, que podem ser denominados como “crise falciforme” ou “episódio de dor falciforme”. A dor pode estar nos ossos, no peito ou em outras partes do corpo, podendo ser leve ou grave. Entretanto, outros sintomas podem aparecer dependendo da idade:


- Os bebês podem ter dor nas mãos e pés com inchaço e vermelhidão.

- Crianças e adultos mais velhos podem ter dor no tórax com problemas para respirar, febre ou tosse.

- Crianças e adultos mais velhos podem ter dor nos ossos.

Esses episódios de dor podem estar relacionados tanto aos glóbulos vermelhos anormais como a outras causas decorrentes da doença falciforme, como infecções, que podem ser mais frequentes nessas pessoas; desidratação e até condições climáticas ou atmosféricas, já que certos lugares com alta altitude, por exemplo, há menos oxigênio disponível. Outros sintomas incluem:


- Anemia grave, apresentando poucas células vermelhas no sangue, o que torna as pessoas cansadas ou fracas. A maioria das pessoas com doença falciforme tem anemia e precisam de tratamento.

- Problemas do pulmão, incluindo dificuldade em respirar ou dor no peito.

- Derrames, pela dificuldade de distribuição de oxigênio no organismo. De uma maneira simples, quando uma parte do cérebro fica sem O2 por muito tempo pode haver morte celular e, consequentemente, um acidente vascular cerebral.

- Feridas abertas na pele (geralmente nas pernas).

- Problemas nas articulações por irrigação irregular, que pode ser permanente, chamados de “osteonecrose” ou “necrose avascular”.


E A VACINAÇÃO, TEM DIFERENÇA?

Sim! O acompanhamento da criança com doença falciforme exige um calendário diferenciado e atenção redobrada às condições de saúde. De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, esquema de vacinação DF inclui:


- IMUNOBIOLÓGICOS DO CALENDÁRIO BÁSICO:

BCG, Hepatite B, Pólio, Rotavirus, Pentavalente, Pneumo 10, Meningite C, Febre Amarela, Triviral, Varicela (2013) Hepatite A (2014);


- IMUNOBIOLÓGICOS DO CALENDÁRIO ESPECIAL:

Pneumo 23 (a partir de 2 anos - 2 doses com intervalo de 5 anos); Influenza (a partir de 6 meses – anualmente).


As consequências graves da doença falciforme podem ser evitadas quando há o acompanhamento médico regular do paciente. Com os cuidados necessários, é possível ter uma vida normal sem maiores complicações!


Ficou com alguma dúvida sobre VACINAÇÃO? Não espere mais, entre em contato com a gente!


VACINAR | Prevenção é proteção


Fontes:

Fernandes, Ana Paula P.C., Avendanha, Fernanda A., & Viana, Marcos B., Jornal de Pediatria, “Hospitalizations of children with sickle cell disease in the Brazilian Unified Health System in the state of Minas Gerais”. Disponível em:

DOI: 10.1016/j.jped.2016.07.005

Agentes Comunitários de Saúde, Governo de Minas Gerais, Linha de Cuidados Doença Falciforme, “AÇÕES DE VIGILÂNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA COM DOENÇA FALCIFORME”. Disponível em:

https://www.nupad.medicina.ufmg.br/arquivos/acervo-cehmob/oficinas-encontros/1-encontro-acs/Saude-da-Crianca.pdf

Ministério da Saúde, MS, Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Especializada e Temática, “DOENÇA FALCIFORME ORIENTAÇÃO SOBRE O USO DE SULFATO FERROSO EM CRIANÇAS”. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_orientacao_uso_sulfato_ferroso_criancas.pdf

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