Que as vacinas são importantes mecanismos de proteção para o nosso corpo, todo mundo sabe. Antes de uma dose ser distribuída para a população em larga escala, são feitas inúmeras análises de sua eficácia e segurança (não à toa, estamos observando esse processo de perto com a pandemia da Covid-19).
Diante dos bons índices de proteção já conhecidos para doenças específicas, a ciência também tem observado o papel da imunização no fortalecimento do sistema imunológico e a sua influência no combate não previsto a outros males.
De acordo com o pesquisador Peter Aaby, em entrevista à BBC, as vacinas, em muitos casos, têm nos protegido além do esperado. A BCG, por exemplo, responsável pelo combate à tuberculose e suas manifestações mais graves, esteve associada a uma redução de quase 70% no número de crianças mortas nos primeiros meses de vida, um número que por si só não representava apenas os casos dessa doença. Hoje em dia, entende-se que essa vacina também é importante para o combate a outras infecções, como a gripe, sepse e herpes.
Mas como isso tudo acontece?
Nessa mesma reportagem da BBC, são levantados dois pontos interessantes que ajudariam a explicar esse fenômeno. O primeiro deles nos recorda que os diferentes vírus e bactérias podem compartilhar antígenos, que nada mais são do que uma substância estranha ao nosso corpo que, quando identificada, desencadeia a produção de anticorpos. Dessa forma, quando uma vacina nos introduz um determinado antígeno de um vírus X, nosso corpo pode “aprender” e “memorizar” as defesas contra ele. Se um vírus Y, que nada tem a ver com a vacina, mas que tem um antígeno semelhante, entrar em contato com o nosso organismo, estaremos um pouco mais preparados para combate-lo.
A outra possibilidade levantada é a de uma espécie de treinamento do nosso sistema imunológico. Isso quer dizer que, ao receber uma dose, o organismo vai se acostumando com o processo de identificar um agente estranho e criar defesas contra ele.
Segundo Aaby, esse cenário ajudaria, inclusive, no combate ao câncer, que é uma doença mais comum em pessoas que tomam medicamentos imunossupressores. Ter um organismo resistente significa ter células fortalecidas para vasculhar o corpo em busca de tecidos mutantes a serem destruídos.
E o que você precisa fazer, então?
Tomar vacina, claro! E não apenas uma dose, mas todas as recomendadas, para todas as doenças disponíveis, no período correto e seguindo as orientações já consolidadas pela ciência.
O calendário vacinal brasileiro é bem estruturado e começa lá na maternidade com a BCG, sobre a qual falamos anteriormente. A partir daí, a imunização nos acompanha durante a vida toda, da infância à terceira idade.
Confira quais estão disponíveis:
BCG
Dengue
Tríplice Bacteriana acelular + HIB
Tríplice Bacteriana acelular + Poliomielite
Febre Amarela
Hepatite A, B e AB
Herpes Zoster
Hexavalente
Pentavalente
HIB
HPV
Influenza (Gripe)
Meningocócica B
Meningocócica C Conjugada
Meningocócica ACWY
Pneumocócicas Conjugadas (VPC10 e VPC13)
Pneumocócica 23-Valente
Rotavírus
Tríplice Viral
Varicela
Se você ainda tiver dúvidas sobre as vacinas, doses e recomendações, pode ficar à vontade para tirá-las com a gente. É só entrar em contato!
Fontes:
Zarla Gorvertt, BBC. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-54244038
Peter Aaby. Developing the concept of beneficial non-specific effect of live vaccines with epidemiological studies. Research Gate. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/336218557_Developing_the_concept_of_beneficial_non-specific_effect_of_live_vaccines_with_epidemiological_studies
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