Quando a gente fala de microrganismos, às vezes não nos damos conta e que eles estão – literalmente – em TODOS os lugares! E nós estamos sujeitos a ser infectados a qualquer momento. Agora, pensa só em um vírus tão comum que praticamente todo mundo já foi infectado com um ou mais de seus inúmeros tipos – e não, não estamos falando da gripe.
O HPV, também chamado papilomavírus humano é responsável por causar, principalmente, verrugas genitais (ou condilomas) e até câncer. O pior é que as verrugas e lesões causadas pelo vírus podem ser porta de entrada para outros tipos de infecções e doenças ainda mais graves.
É de se imaginar que isso poderia ser evitado se as pessoas se vacinassem corretamente... Cerca de 570 mil casos novos de câncer de colo de útero no mundo no ano passado seriam evitados, já que o HPV causa cerca de 99% desse tipo de câncer, segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). No Brasil, de acordo com as previsões do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020, são esperados 16.710 casos novos, com um risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
Aqui no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Ministério da Saúde, existem dois tipos de vacina contra o HPV disponíveis: a vacina bivalente (HPV 2) e a quadrivalente (HPV 4). A primeira protege contra os vírus HPV tipo 16 e tipo 18 e pode ser aplicada a partir dos 9 anos de idade. Quando aplicada entre os 9 e 14 anos, são feitas 2 doses da vacina, com um intervalo de 6 meses entre elas. Já para as pessoas com mais de 15 anos, são feitas 3 doses. A segunda protege contra quatro tipos de HPV, o 6, 11, 16 e 18, é indicada para homens entre 9 e 26 anos de idade e para mulheres entre 9 e 45 anos. Para a HPV 4, entre os 9 e 14 anos, são feitas 2 doses da vacina, e para as pessoas com mais de 15 anos, são 3 doses.
A gente sabe que esse é um assunto polêmico, por isso separamos essas “FAQs”, as perguntas mais frequentes, respondidas pelo CDC, olha só:
1. Por que a vacina contra o HPV é importante?
O HPV genital é um vírus comum que é transmitido de uma pessoa para outra através do contato direto com a pele durante a atividade sexual. A maioria das pessoas sexualmente ativas contrairá o HPV em algum momento de suas vidas, embora a maioria nem mesmo saiba disso. A infecção por HPV é mais comum em pessoas no final da adolescência e início dos 20 anos. Existem cerca de 40 tipos de HPV que podem infectar as áreas genitais de homens e mulheres. A maioria dos tipos de HPV não causa sintomas e desaparece por conta própria.
Entretanto, alguns tipos podem causar câncer cervical em mulheres e outros cânceres menos comuns - como cânceres de ânus, pênis, vagina, vulva e orofaringe. Outros tipos de HPV podem causar verrugas nas áreas genitais de homens e mulheres, chamadas verrugas genitais. As verrugas genitais não são fatais, mas podem causar estresse emocional e o tratamento pode ser muito desconfortável. Todos os anos, cerca de 12.000 mulheres são diagnosticadas com câncer cervical e 4.000 mulheres morrem desta doença nos EUA.
2. Quais meninas/mulheres devem receber vacinação contra o HPV?
A vacinação contra o HPV é recomendada para meninas a partir dos 9 anos de idade, e deve ser feita, preferencialmente até os 14 anos. Quanto mais cedo a vacina contra o HPV é administrada, menores são as chances da menina ter contato com o vírus e, portanto, a eficácia da vacina será maior. A quantidade de doses dependerá do tipo de vacina administrada (HPV 2 ou 4), como mencionado anteriormente.
3. As mulheres sexualmente ativas se beneficiarão com a vacina?
Idealmente, as mulheres devem tomar a vacina antes de se tornarem sexualmente ativas e expostas ao HPV. No entanto, de acordo com o CDC, mulheres sexualmente ativas também podem se beneficiar com a vacinação, mas podem obter menos benefícios. Isso porque eles podem já ter sido expostos a um ou mais dos tipos de HPV visados pelas vacinas. Só que é importante deixar claro que são poucas as mulheres jovens e sexualmente ativas que tiveram contato com todos os tipos de HPV administrados na vacina, por isso é MUITO importante se vacinar.
4. Mulheres grávidas podem tomar a vacina?
Não, de acordo com o CDC, essa vacina não é recomendada para mulheres grávidas. Apesar de alguns estudos mostrarem que a vacina contra o HPV não causou problemas para bebês nascidos de mulheres que foram vacinadas durante a gravidez, é preciso mais pesquisas e mais dados para recomendar esse tipo de vacinação durante a gravidez. Entretanto, caso a grávida tome a vacina contra o HPV, isso não é motivo para interromper a gestação.
5. As meninas e mulheres devem ser testadas para câncer cervical antes de serem vacinadas?
Antes de serem vacinadas, não. Não é preciso fazer teste de HPV ou o exame Papanicolau para saber se deve tomar a vacina, até porque o recomendado é que a vacina seja administrada ainda na infância. No entanto, é importante que as mulheres continuem a fazer o rastreamento do câncer cervical, mesmo depois de receber todas as vacinas recomendadas contra o HPV. Isso ocorre porque a vacina não protege contra TODOS os tipos de câncer cervical.
6. Quão eficaz é a vacina contra o HPV?
A vacina contra o HPV tem como alvo os tipos de HPV que mais comumente causam câncer cervical e podem causar alguns tipos de câncer de vulva, vagina, ânus e orofaringe. Também protege contra os tipos de HPV que causam a maioria das verrugas genitais. A vacina contra o HPV é altamente eficaz na prevenção dos tipos de HPV visados, bem como dos problemas de saúde mais comuns causados por eles.
7. Quanto tempo dura a proteção da vacina?
De acordo com o CDC, as pesquisas da vacina de HPV sugerem que a sua proteção é de longa duração. Os estudos atuais acompanharam indivíduos vacinados por dez anos e mostram que não há evidências de proteção enfraquecida ao longo do tempo, ou seja, a vacina é altamente eficaz.
8. Contra o que a vacina não protege?
A vacina não protege contra TODOS os tipos de HPV – até porque, de acordo com o INCA, são mais de 150 tipos, 40 tipos podem infectar o trato ano-genital e pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos. Desta maneira, apenas a vacina (ainda que seja a HPV 4) não prevenirá todos os casos de câncer cervical, então é importante que as mulheres continuem fazendo os exames preventivos e o rastreamento periódico para esse tipo de câncer. Além disso, a vacina não previne outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), e é preciso se prevenir.
9. Quão segura é a vacina contra o HPV?
As vacinas contra o HPV são licenciadas pelo “Food and Drug Administration” (FDA) dos EUA e, no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Como foi dito anteriormente, ela é segura e eficaz. As vacinas foram estudadas em milhares de pessoas em todo o mundo e esses estudos não mostraram problemas de segurança graves. Os efeitos colaterais relatados nesses estudos foram muito leves, incluindo dor no local da injeção, febre, tontura e náusea. A segurança da vacina continua a ser monitorada pelo CDC e pelo FDA.
10. Meninos e homens devem ser vacinados?
Com certeza! Homens e meninos DEVEM se vacinar contra o HPV da mesma maneira que as meninas e mulheres, no esquema mencionado anteriormente, a partir dos 9 anos de idade. Esse vírus também causa problemas nos tratos urinário e reprodutor masculinos, inclusive câncer. Da mesma maneira que nas meninas, a vacinação contra o HPV também é mais eficaz quando é feita durante a infância.
11. As mulheres vacinadas ainda precisarão fazer exames para rastreamento de câncer de colo de útero?
Sim, de acordo com o CDC, as mulheres vacinadas ainda precisarão fazer os exames regulares já que a vacina protege contra a maioria, mas não todos os tipos de HPV que causam o câncer cervical. Além disso, as mulheres que receberam a vacina após se tornarem sexualmente ativas podem não obter todos os benefícios da vacina se já tivessem sido expostas ao HPV.
12. Existem outras maneiras de prevenir o câncer cervical?
O rastreamento regular do câncer cervical (testes de Papanicolaou e HPV) e o acompanhamento podem prevenir a maioria dos casos de câncer cervical. O teste de Papanicolaou pode detectar alterações celulares no colo do útero antes que se transformem em câncer. O teste de HPV procura o vírus que pode causar essas alterações celulares. O rastreamento pode detectar a maioria, mas não todos os cânceres cervicais em um estágio inicial tratável.
13. Existem outras maneiras de prevenir o HPV?
Para aqueles que são sexualmente ativos, os preservativos podem diminuir as chances de contrair HPV, se usados em todas as relações sexuais, do início ao fim. Os preservativos também podem diminuir o risco de desenvolver doenças relacionadas ao HPV (verrugas genitais e câncer cervical). Mas o HPV pode infectar áreas que não são cobertas por preservativos - portanto, os preservativos podem não proteger totalmente contra o HPV. Segundo o CDC, é possível diminuir as chances de se infectar com o HPV limitando o número de parceiros sexuais, mas nem sempre é possível determinar se um parceiro que foi sexualmente ativo no passado está infectado. Portanto, o ideal é se vacinar e fazer os exames de rotina.
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Fontes:
Centers for Diesease Control and Prevention, CDC, “HPV Vaccine Information For Young Women”. Disponível em: https://www.cdc.gov/std/hpv/stdfact-hpv-vaccine-young-women.htm
Instituto Nacional do Câncer, INCA, “Conceito e Magnitude HPV”. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude
Sociedade Brasileira de Imunizações, SBIm, “Família: Mulher; HPV 2; HPV 4”. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/component/tags/tag/5?Itemid=
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